Convidado pela revista B2B, escrevi o texto que segue abaixo. Depois da circulação da revista, compartilho no blog.
Primeiramente
fico muito feliz em estar escrevendo para a B2B e vou aproveitar o espaço para
conversar com jornalistas, com aqueles que pensam em encarar os desafios dessa
profissão, com estudantes de comunicação social e também com empresários que
tem ou pretendem ter assessoria de imprensa.
Sempre digo
aos jornalistas mais novos e também para quem pensa em fazer faculdade de
comunicação social, que não há nenhuma dúvida sobre a importância de escrever
bem. Mas quem vai se destacar e se diferenciar dos demais é quem tem uma boa
agenda, ou seja, nomes e telefones de pessoas importantes para passar
informações. São as chamadas fontes.
Posso dizer
que nunca tive um texto espetacular, mas sempre escrevi de um jeito leve e
principalmente, sempre tive boas fontes. Relacionamento é uma palavra cada vez
mais importante em todas as áreas e não é diferente no jornalismo. Só assim o
jornalista vai conseguir os bons furos de reportagem, ou seja, com os contatos
estratégicos.
Para quem
trabalha com assessoria de imprensa ou pretende atuar nesse mercado, também é
importante ter bons contatos nas redações. Conseguir a publicação de um texto
falando de uma empresa , serviço ou produto, depende da boa vontade do editor,
mas não totalmente. Depende também de um bom relacionamento do assessor de
imprensa com os responsáveis pelas equipes dos veículos de comunicação.
Provavelmente,
um release recebido de uma assessoria de imprensa vai ficar esquecido na caixa
de e-mails até ser deletado. Mas isso pode mudar desde que o jornalista se
aproxime de quem é importante. Visitas nas redações e alguns telefones de vez
em quando não tomam muito tempo e são fundamentais.
Fica assim,
também, uma importante dica para quem for contratar um jornalista para atuar na
sua assessoria de imprensa: contrate alguém que escreva bem, claro, mas que
tenha também bom relacionamento com pessoas estratégicas para o seu negócio.
E como estamos
em época de eleições, uma dica para os candidatos: mais importante do que ter um
assessor comprometido com seu partido, é ter alguém engajado na questão do
relacionamento com os veículos.
Vou contar
dois casos que servem como exemplo. Eu era diretor de redação do Diário e também
fazia reportagens sobre política. Mas eu sempre fiz questão de ter boas fontes
nos mais diversos segmentos. Um oficial da PM estava apresentando aos seus
comandados as novas armas recebidas do Governo e acabou disparando
acidentalmente uma pistola, atingindo um soldado na perna. Poderia ter sido
pior, mas felizmente não foi grave. Outro soldado me ligou no instante seguinte
contando o fato. Demos um furo de reportagem e surpreendemos até mesmo o
comando da polícia com o fato de nossa equipe ter ficado sabendo de algo que
era para ter sido abafado.
Outro caso bem
mais simples, foi de um amigo que trabalhava com assessoria de imprensa em São
Paulo para uma grande marca de produtos alimentícios. Ele me mandou um release
de um produto novo. Eu não dei atenção, afinal, consideramos esse tipo de
divulgação puramente comercial e que precisa ser paga.
Gratuitamente,
publicamos o que é de interesse público. Mas esse jornalista me ligou,
insistiu, falou das dificuldades em conseguir a publicação, da falta de atenção
dos editores e diretores de redação, que se saísse no jornal seria importante
para ele e também para valorizar o trabalho das assessorias. Enfim, a conversa dele me dobrou. E eu
publiquei. Tive boa vontade, mas precisei ser convencido.
Espero ter ajudado
de alguma forma e mostrado um pouco mais do que exige o mercado. Boa sorte aos
profissionais de imprensa e aos empresários com suas assessorias!
* Stéfano Garzezi Cassetari.