Eu era
adolescente. Eu ainda não podia votar e logo teríamos eleições, inclusive para
eleger o presidente. Procurei o PT e trabalhei na campanha para eleger Lula. Eu
queria Lula mas algo muito forte me dizia que além dessa convicção, havia outra
tão importante quanto a ser considerada, a de que Collor deveria ser evitado a
todo custo.
Collor acabou
eleito. O tempo passou e o então presidente Fernando Collor de Mello estava
para perder o mandato. E lá fui eu para as ruas com a cara pintada de verde e
amarelo protestando contra ele e pedindo seu impeachment, junto com dezenas de
outros jovens. E pelo Brasil, lindamente aquilo se repetia. Me envolvi bastante
com o movimento em Botucatu.
Me emocionei
quando Collor teve seu impeachment aprovado e mais ainda quando vi José Genoino
desmaiando no plenário do Congresso ao fim da votação, tamanha sua felicidade
por um momento em que tornava-se possível punir um corrupto.
Muito
importante para todos os brasileiros aquele momento e ainda mais para o líder e
então deputado petista, que tanto havia sofrido na ditadura. Agora tínhamos
democracia, presidente eleito pelo voto direto e logo depois o mesmo presidente
com o mandato perdido por não ter agido corretamente, digamos assim, para que
eu não perca a compostura durante a elaboração deste singelo texto.
Algum tempo
depois, trabalhando para as rádios PRF-8 e Cultura FM, fui incumbido de entrevistar
José Genoíno. Nem lembro o assunto. Lembro que ele era candidato a alguma
coisa. Liguei no comitê dele em São Paulo e disseram que ele não estava. Quando
eu disse do que se tratava me deram o telefone da casa dele. Eu fiquei
surpreso, mas liguei. A esposa dele atendeu e me deu o celular dele. Eu fiquei
mais surpreso ainda, liguei e o cara me deu a entrevista, sendo muito educado e
muito solícito o tempo todo.
Fugindo
totalmente do contexto, lembro que alguns dias depois eu estava com uns amigos
em São Paulo, indo a um bar, a pé, e passamos em frente a outro estabelecimento
que estava fechado para uma festa política. Deu para ver de fora ao menos José Genoino,
José Dirceu e José Serra. Achei muito legal eles serem adversários e
conversarem em uma festa. Digo isso apenas lembrar que todos podem ser
adversários, mas que ninguém precisa ser inimigo. Os caciques sabem disso, mas os
soldados rasos infelizmente não, levando tudo a ferro e fogo. Alguns integrantes do PT, principalmente de
Botucatu (mas não só), precisam entender que o partido não é a coisa mais
importante do mundo. Tem muitas coisas que valem mais, como amizade, respeito,
etc...
Enfim,
voltando ao assunto, naquela época eu só pensava que aqueles caras do PT eram
muito bacanas.
Agora, acabo
de ler na capa do UOL: “Condenado a quase 7 anos, Genoino cumprirá pena no
semiaberto”. E me pergunto o que terá acontecido com aqueles caras bacanas do
PT...
E fico feliz
com o destino de José Genoino e seus comparsas. E fico triste quando amigos do
PT tentam defender essa corja. E mais ainda quando tentam desqualificar quem
critica a corja, inclusive eu. Não interessa, ao menos agora, o que o PSDB fez
(E PELA ÚLTIMA VEZ, EU NÃO SOU DO PSDB, SOU APENAS UM CIDADÃO QUE PAGA
IMPOSTOS, CUMPRE DEVERES E QUER DIREITOS!!! AGORA ESTAMOS DISCUTINDO E JULGANDO
A CORJA DO PT. E SEI QUE TEM MUITA GENTE BOA NO PT TAMBÉM!!!!). Senão, quando
Collor sofreu impeachment, deveria ter sido poupado por conta do que outros presidentes
fizeram, que foram coisas muito piores...
Não adianta
mais a prostituta velha, daquela antigo local de venda de prazeres sexuais,
dizer a um cliente jovem e inocente que é virgem. Não cola mais.
·
Stéfano Garzezi Cassetari.